Coragem para ser você
- Fato News Ba

- 21 de jun. de 2021
- 5 min de leitura

Vamos refletir juntos sobre coragem? Coragem pode estar conectada com seus sonhos, seu propósito, sua visão de futuro, a forma com que você lida com as diferentes situações e suas lentes que enxergam o mundo.
O que é coragem para você? Ou o que faz você pensar ou dizer para alguém: nossa que pessoa corajosa?
Note o que tem em comum nessas situações.
Agora lembre-se de um ou dois momentos em que você se sentiu muito corajoso (a). O que te marcou? Quais eram os detalhes? Quais eram as sensações? Quem estava com você?
Para alguns pode significar pular de paraquedas ou bungee jump, ou mudar de emprego, abrir um negócio próprio, casar-se, separar, ter filhos, começar algo completamente novo, recomeçar, escalar o Everest, viajar sozinho, mudar de cidade ou país, mudar de carreira, uma aventura em alto mar ao estilo Amyr Klink ou família Schurmann...
Coragem não é não ter medo, mas seguir adiante apesar dele.
A palavra coragem vem da raiz latina cor, que significa “coração”. Podemos considerar que ser corajoso significa viver com o coração. O caminho do coração é o caminho da coragem.
Quero destacar a autora Brené Brown, especialista em vulnerabilidade para falar sobre esse assunto. Sou fã e indico os livros dela: a Coragem de Ser Imperfeito, Mais Forte do Que Nunca e a Coragem para Liderar.
Uma das mensagens que ela deixa é que não existe coragem sem vulnerabilidade. Pesquisadores concluíram que uma forma de medir coragem é identificar a disposição de uma pessoa para ser vulnerável e sair da sua zona de conforto.
Quando você saiu da zona de conforto pela última vez? Como você se sentiu?
Um dos livros dela traz a citação abaixo que para mim é a essência da coragem:
“Não é o crítico que importa; nem aquele que aponta onde foi que o homem tropeçou ou como o autor das façanhas poderia ter feito melhor. O crédito pertence ao homem que está por inteiro na arena da vida, cujo rosto está manchado de poeira, suor e sangue; (…) que, na melhor das hipóteses, conhece no final o triunfo da grande conquista e que, na pior, se fracassar, ao menos fracassa ousando grandemente.” (Theodore Roosevelt)
Estamos na arena o tempo todo e agir com vulnerabilidade e coragem é muitas vezes se expor aos leões sem saber qual será o resultado. E nem sempre serão os melhores resultados, a vida é cheia de erros, tropeços, tentativas, quedas e aprendizados.
E este é um dos maiores desafios de sair da zona de conforto. E se der errado? Mas eu não conheço esse caminho. E se eu não gostar? Talvez ajude pensar no que você pode estar perdendo, deixando de viver ou aprender quando escolhe não sair?
Se queremos resultados diferentes, precisamos fazer coisas diferentes.
Às vezes me perguntam se eu tenho medo de falar em público e dar treinamentos? E eu respondo que sim. Quase sempre vem aquele frio na barriga e o medo do imprevisível, porque o controle existe até um certo ponto e está ligado com meu preparo, horas de voo, material que eu preparei, mas do outro lado existe um público e cada vez é diferente. Não dá para saber o que vem do outro lado.
Este medo foi diminuindo de intensidade com o passar do tempo, mas ele sempre está ali me lembrando que eu sou e estou vulnerável e exposta. E este frio na barriga é de certa forma gostoso, me ajuda a nunca ficar confortável, sempre pensar na melhor de fazer ou em novas formas e pensar que eu sempre poderei me preparar mais, estudar mais etc.
Quando pensamos em coragem muitas vezes, associamos com as histórias mais comuns que vemos na mídia de heróis ou “vilões”.
Quem se lembra do acidente do navio Costa Concordia na Itália anos atrás? O capitão Schettino na época foi condenado a 16 anos de prisão na Itália por causar o naufrágio navegando muito próximo da costa e por ter sido o primeiro a pular do navio e abandonado os passageiros.
Na época os marinheiros ficaram chocados e consideram ato de covardia porque o capitão é sempre o último a deixar o navio. Ele demorou para admitir que não era uma pane elétrica, hesitou em dar o alerta para abandono do navio e depois se recusou a retornar a bordo para coordenar a operação.
Por outro lado, vemos casos de pessoas que pulam no mar para salvar alguém desconhecido arriscando a própria vida e consideramos isso de extrema coragem.
Como estamos vendo milhares de profissionais da saúde e voluntários se arriscando para continuar exercendo seu trabalho e salvando vidas todos os dias durante a pandemia.
Quando a gente retoma para o nosso dia a dia e conecta coragem com a nossa realidade, vamos refletir sobre quais os momentos em que agimos com o coração? O que podemos ganhar e em quais situações perdemos por ter deixado o medo dominar?
Alguém que foi traído ou teve uma separação difícil e permite se abrir para um relacionamento está combinando vulnerabilidade com coragem. O primeiro a dizer: eu te amo, sem saber se será correspondido. O primeiro a estender a mão e dar um voto de confiança. É agir com o coração sem saber o resultado.
Coragem está longe de significar ser perfeito, de não cometer erros, de seguir um caminho linear, ser forte o tempo todo, está mais para uma montanha russa de altos e baixos, medo, risco, sensações mil, experiências e aprendizados.
É preciso coragem para ser mãe, pai, profissional, empreendedor, líder, aprendiz, professor.
Antes de mais nada, você precisa de coragem para ser você.
A boa notícia é que a coragem pode ser desenvolvida, e agora vou compartilhar algumas dicas para que você possa desenvolver a sua coragem:
Dica 1: É preciso coragem para sair da zona de conforto
Faça coisas novas para que você possa expandir sua zona de conforto, e aquela situação que antes dava medo passa a ser confortável para você. Se permita superar o medo e chegar a zona de aprendizagem, onde você tem oportunidades de crescer, evoluir, aprender coisas novas independente do resultado final.
Dica 2: Identifique seus pontos fortes para desenvolver sua coragem
Nossa tendência muitas vezes é autocrítica, focar naquilo que não somos bons e nos pontos fracos.
Para você se sentir corajoso (a) e autoconfiante é importante investir nos seus pontos fortes. Um exercício que você pode fazer é perguntar para as pessoas (trabalho, amigos, família). Quais são os meus pontos fortes, talentos, o que eu faço bem?
Dica 3: Se coloque na sua agenda
Cuide de você para equilibrar as energias, fortalecer a saúde, as emoções e para você se conhecer melhor. Quanto melhor você estiver, melhor fica o seu entorno e mais fácil será ir com medo mesmo.
Dedique tempo para você ler seu livro preferido, fazer um curso, meditar, praticar uma atividade física.
“Você ganha força, coragem e confiança através de cada experiência em que você realmente para e encara o medo de frente.”
Vamos com medo mesmo?
Artigo por Renata Klingelfus Andraus







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